Karine Berbert - Geógrafa (umgrauemeio)
03/12/2022
O Estado do Mato Grosso contempla três biomas brasileiros, sendo eles a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, além de ser a região de diversas áreas de preservação, parques nacionais e terras indígenas. Porém, mesmo com a extrema importância desses biomas para o equilíbrio do ecossistema e para a subsistência de muitas pessoas e comunidades, o estado sofre com altas taxas de queima não natural e desmatamento, as quais serão explorados a seguir.
De acordo com dados disponibilizados pelo mapeamento de cicatrizes de fogo do Mapbiomas, de 2018 a 2020 as áreas queimadas nestes três anos totalizaram 7 milhões de hectares, quase duas vezes o tamanho do Estado do Rio de Janeiro. O pior ano nesta série foi 2019 registrando mais de 3 milhões de hectares queimados. Isso também significa emissão de gases de efeito estufa que agravam a crise climática.
Além dos dados de áreas queimadas, focos de calor detectados por satélites também corroboram com o quadro crítico apresentado. O Banco de Dados de Queimadas do INPE aponta que no ano de 2019, mais de 700 mil focos de calor ocorreram no estado do Mato Grosso. Determinadas regiões do estado apresentam maiores concentrações de ocorrências, associadas também com a concentração de áreas queimadas.
Muitas destas queimas ocorrem de forma ilegal, sendo provocadas de forma intencional pelas atividades antrópicas. Áreas florestais são queimadas ilegalmente com o objetivo de serem convertidas em pastagens ou em terras agrícolas, existindo ainda no estado a questão problemática do garimpo ilegal.
A pauta ambiental e o futuro dos biomas brasileiros precisam receber a devida atenção e devemos entender a importância e os impactos que incêndios florestais podem ter na saúde humana e no meio ambiente.